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Labirinto

autoria de Bruno C. da Cruz, em 11.01.06

Talvez esperasse por ti, sem mesmo saber que o fazia.

Talvez já me tenha cruzado contigo nalguma esquina, onde ambos choramos a perda ou o vazio de querer e não ter.
Talvez te conheça de algum mundo solitário, onde a preocupação por estar sozinho nao nos permite ver quem está à nossa volta.
Talvez o destino exista e seja o labirinto onde nos perdemos um dia, para nos cruzarmos no outro.
Talvez o labirinto se transforme em duas meras linhas rectas e paralelas, onde o meu caminho já nao cruze o teu mas passe a ser parte dele.
Talvez o labirinto se transforme num emaranhado de linhas confusas e nos percamos no meio da confusão.
Talvez me encontre em ti para me deixar perder...

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publicado às 20:06


46 comentários

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De Anónimo a 12.01.2006 às 12:22

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".
O vento da noite gira no céu e canta.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.

Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.

Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.

A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.

De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.

Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.apaixonada
(http://deusadoprazer.blogs.sapo.pt)
(mailto:apaixonada_1@sapo.pt)
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De Anónimo a 12.01.2006 às 12:19

A última frase fez-me lembrar Florbela Espanca.

Adorei *Paulinho (Apeles)
(http://braspaulao.blogspot.com)
(mailto:i.am.a.bird.now@hotmail.com)
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De Anónimo a 12.01.2006 às 03:39

A força daquilo que tu escreves deixa-me absorto... Sem palavras, apenas deleitado! Que nesse labirinto te encontres sempre, ainda que nele te percas... Por vezes, quando nos perdemos em alguém acabamos por nos encontrar como nunca tinhamos feito...Bruno
(http://diarioimperfeito.blogspot.com)
(mailto:brunosilva@gmail.com)
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De Anónimo a 12.01.2006 às 02:09

Muito bom o que tu escreves... Agora teu blog é a minha página inicial. Parabéns. Cara escute "Zeca Baleiro" e "Paulinho Moska", caso vc já não conheça...Ricardo
(http://umchimacomnietzsche.blogspot.com/)
(mailto:razuma@gmail.com)
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De Anónimo a 11.01.2006 às 23:31

Boas noites! Foi a primeira vez que passei por aqui... estava na duvida de comentar ou ñ! Mas teve mesmo de ser!
Os textos estão brilhantes... Parabens!
E boa sorte com isto! Parece que tens futuro... :P Fica bemmiguel
(http://www.anda.ca/lopex)
(mailto:miguel_lopx@hotmail.com)
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De Anónimo a 11.01.2006 às 21:51

Julgo ter o privilégio de ser o primeiro a comentar...
Talvez me torne repetitivo mas tenho pena de não me poder surpreender regularmente uma vez que já não postas cm frequência.
De todo o modo é sempre bom poder ler algo de novo marcado pro um estilo que gosto.
A conclusão é brilhante, termino o meu comentário com as tuas palavras, julgo ser a melhor maneira. Achei fantástico: " Talvez me encontre em ti para me deixar perder... "Never_82
(http://www.fotolog.net/never_82)
(mailto:Never_82_basket_player@hotmail.com)

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