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Hoje, falo do sabor dos teus beijos, sem saber dizer
ao certo a que sabem.
Não sabem a água, que a àgua mata a sede
e eu ainda morro de secura.
Não são salgados, que a vontade de os beber
é cada vez maior.
Não sabem a mel, que o mel enjoa de tão doce,
e a doçura dos teus beijos está na medida certa.
Acho que então não falarei...
Por hoje, ficarei apenas com a lembrança do seu sabor.
Gosto do teu toque.
Gosto do teu cheiro.
Gosto do teu jeito.
Do percorrer dos teus dedos em mim.
Do peso do teu braço no meu peito.
Gosto do teu abraço.
De sentir o teu respirar no meu pescoço.
Do bater do teu coração debaixo da minha mão.
Gosto de coisas assim. Simples.
Já não vivo como dantes. Já não sinto como dantes. Já não sonho como dantes.
Tenho uma bolha de ar a encher-me o corpo e a levar-me todos os dias para algum lugar, sem que eu me importe, sem que eu recuse.
Tenho a cabeça em água. Água de rio, que corre e me leva os pensamentos sem que eu os possa ou queira apanhar. Ja não sei lutar contra a sua corrente.
Tenho o peito, outrora cheio, inchado. É pesado o que lá guardo, nada consigo fazer para o apertar até sair de lá de dentro tudo o que me faz mal.
Tenho um nó na garganta, um peso nos olhos e um corpo carente.
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