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As palavras säo como gomos de laranja. Doces ou amargas, saboreio-as como únicas e deixo que elas me pinguem sumarentas no papel. Nem sempre a nódoa causada pelo sumo mancha o papel da forma que eu gostaria, como tal continuo a saborear gomos de laranja à espera de ver um dia a nódoa perfeita que possa manchar de palavras aquilo que sinto.
Näo é fome. Näo é doença... É a tua ausência que me atormenta e me injecta no coraçäo o néctar amargo da distância.
Näo é distracçäo. Näo é desconcentraçäo. Näo é apatia... É a melancolia que näo me deixa pensar em mais nada e me leva o pensamento para perto de ti.
Näo é tristeza. Näo é vazio... É a saudade de tudo o que me dás quando estou contigo.
Näo säo gostas de chuva nem gostas de suor que me correm pelo rosto... Säo lágrimas.
Näo é dor o que sinto... É amor.
Eu näo te disse adeus. O adeus mata quem parte e afoga no vazio quem fica. Apenas te dei aquele beijo e aquele abraço forte que, como sempre, foram retribuidos com aquela ternura matinal que só tu tens. O primeiro beijo e o primeiro abraço sempre foram teus. O segundo também. O terceiro. Os seguintes. Tudo foi teu. Tudo é teu. Tudo. Eu.
Nessa manhä os primeiros beijos e abraços foram também os últimos. Foram dados com sede. Uma sede que ainda agora trago dissolvida na boca e abraçada ao meu peito. O sabor da despedida é amargo... Por isso digo-te Até logo meu amor, baixinho para o meu coraçäo näo ouvir, porque um simples até logo me faz ter medo da distância...
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