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Caminhei entre rosas
e tulipas até chegar à mais
bela flor do meu jardim.
Colhia-a como se colhe um beijo
e ela murchou tal como o nosso amor.
Chorei e caí de alma no chão.
Apeteceu-me arrancar o sangue
para também murcharem as minhas veias.
Adormeci.
Quando acordei percebi
que nem tudo o que gosto me pertence.
Não posso arrancar flores
porque murcham, nem amores
porque morrem.
Devo deixar as flores livres no jardim
e amor preso no coração.
Nada pode ser arrancado!
Às vezes o sol corre do céu
e esconde-se nas nuvens
tal como as lágrimas que os
meus olhos guardam em segredo.
Às vezes fico triste e choro.
Às vezes fico alegre e choro.
Às vezes sinto-te longe
mesmo tendo-te aqui
enrolada nos meus braços.
Às vezes digo coisas bonitas.
Às vezes dizes coisas bonitas.
Às vezes os teus actos são como
setas bem afiadas que destroçam
o meu coração sem hesitação.
Desiludes-me às vezes.
Sou cada peça que falta
aí dentro dessa pessoa
a quem chamam Tu.
És o meu Eu perdido,
algures fundido no teu.
Somos um vazio
que entoa aos olhos de quem
nele grita e nada vê.
Somos um preenchido
de cor e de dor, esperança e amor
que incita inveja aos olhos
de quem tenta ver em nós
a infelicidade que neles existe.
Parti o meu porquinho mealheiro para te comprar a prenda perfeita. Contei tostão por tostão e vi que com aquele dinheiro a perfeição não estava ao meu alcance. Apercebi-me então que a prenda ideal seria o amor que sinto por ti, afinal quando se ama não se sente a falta de nada mais! Tu olhaste para mim e choraste por não ver nenhum embrulho. Não percebeste que o amor estava embrulhado em mim e choraste mais. Quando te contei que a tua prenda era o meu amor tu disseste que era pouco e foste embora!
Fiquei sem ti e sem o meu porquinho mealheiro, e embora porquinhos existam muitos e como tu não haja mais ninguém, fiquei com mais pena de ter partido o porquinho do que te ter perdido a ti! É que o porquinho era como eu, guardava um tesouro dentro de si, ainda que eu, tal como tu, achasse que era pouco E tu, bem, tu és oca, não guardas nada dentro de ti. Se alguém te partisse, o que veria? Nada!
Tal como eu parti o porquinho e não dei valor ao seu tesouro, tu partiste-me a mim sem dares valor ao meu amor. Como eu me arrependi de o ter partido, mesmo sabendo que era tarde para arrependimentos, também espero que um dia te arrependas e, tal como eu, passes a dar mais valor ao que cada um guarda no seu interior sem teres de o partir É que mesmo podendo colar caco por caco, nada nem ninguém volta ser igual! Vão lá estar sempre as marcas a servir de lembrança!
O porquinho ficou sem poder guardar moedas e eu fiquei sem ter a quem dar o meu amor, mas não importa Oxalá um dia alguém te utilize para seu porquinho mealheiro, te parta e te abandone indiferente ao tesouro que descobriu!
Não consigo dormir agora que não dormes comigo... Será medo de te perder ou medo de descobrir que afinal nunca te tive?
É um medo miudinho que me consome os minutos das voltas que a cama me rouba. É um medo mudo que não fala comigo e não me conta as suas razões. É um medo que agora mora em mim!
Era uma vez, duas vezes ou mais, e de todas essas vezes houve alguém que amou, repetindo histórias antes escritas, contadas e faladas. Por isso quando o amor se torna ficção eu dou-lhe a mão e juntos escrevemos uma nova história.
O ar era menos ar antes de te conhecer.
Até a água era menos doce antes de te provar.
O dia era menos claro antes de tu chegares.
Eu era mais feliz antes de partires.
Para onde foram os beijos que demos,
as promessas que fizemos
e os olhares que trocamos?
Onde estão as juras de amor eterno,
o gosto pelo inverno
e o sabor da tua boca?
Quem escondeu as gargalhadas que soltamos,
as lágrimas que perdemos
e todos os nossos Adeus?
Quem perdeu os nossos Sábados,
todas aquelas discussões
e os raios de luar?
Onde está tudo o que sentia por ti,
a vontade de te querer
e o medo de te perder?
Pára de me atacar nos sonhos! Pára de me perseguir nos momentos de apatia. Pára de ser a chave da minha melancolia! Pára, eu não aguento! Mata-me, toda esta dor, este sofrimento...
Pára de me seguir na rua! Pára, a minha vida não é mais tua! Pára de subornar o tic-tac do relógio que me leva sempre até ao passado. Pára de mexer na minha imaginação que me faz ver-te em todo lado!
Pára de me fazeres sentir assim. Pára, eu não sou o culpado... Não, eu não fiz nada de errado... Talvez tenha errado aí, em não ter feito nada!
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