O rapaz que pensava que o mundo era redondo

Deixa-me que te conte os beijos e as mãos que ficaram por dar, as promessas que ficaram por fazer, os sonhos que ficaram por cumprir e o amor que ficou por sentir. Deixa-me que te conte tudo isto porque sei que tu te esqueceste de mim e como tal já não sabes contar!

Deixa-me que te conte as noites vazias à espera que as preenchamos com os nossos corpos colados, os dias cheios de um nada que corre sem nós, as palavras que ficaram por dizer e que me moram agora na voz. Deixa-me que te conte tudo isto porque sei que aprendeste viver sem mim e como tal já não sabes contar.

Deixa-me que te conte as vezes que te espero, as vezes que desespero e os momentos em que te quero. Deixa-me que te conte quantos segundos penso em ti, quantas músicas te trazem de volta no som e quantas vezes sangra por ti o meu coração. Deixa-me que te conte tudo isto porque ainda me lembro de te amar e de contar!

Mostra-me um caminho,

um desvio no destino
que me leve para longe de ti!
Mas se me queres e se me amas,
ajuda-me a ser feliz...
Tu és o que eu sempre quis!

Sejamos o que formos, amados ou odiados, ignorados ou respeitados, temos de nos limitar a ser o que verdadeiramente somos. Não podemos agradar a todos nem todos nos podem agradar, por isso, o importante é nunca deixarmos de ser genuinamente nós só para agradarmos os outros.

A vida é demasiado curta para tentarmos ser aquilo que não somos. Luta pelos teus ideais, luta pelos teus sonhos e defende as tuas crenças… Se cada um de nós fizesse isso e acreditasse mais na pessoa que transporta dentro do corpo, talvez ninguém precisasse de se reflectir ou de viver na sombra de alguém… É esta a moral da história…

Amarrei-te com cordas de algodão e aprisionei-te
dentro de mim como carne, como sangue,
como ossos, como veias, como pele…
És parte de mim!

Que o sabor da minha boca dure para sempre 

na tua memória, para que nunca te esqueças
que um dia o nosso beijo aconteceu.
Se por algum motivo me quiseres esquecer,
que o esquecimento se esconda de ti
e te ofereça a lembrança do sabor de um beijo meu.

Ela veio carregada
com o brilho da noite,
como se a noite estivesse
tão cansada, que nem o seu
próprio brilho conseguia emanar.
Trazia também a lua,
como se o céu estivesse
tão cansado, que nem a lua
conseguia erguer.

Deitou-se e dormiu,
até que um raio de luz
lhe abriu as portadas da alma
e lhe ofereceu um novo dia.

Ontem falaste-me de abraços,
aquela manifestação de carinho,
que pede um gesto tão simples
como um simples juntar de braços.
Hoje falo-te eu de abraços,
aquela vontade única de ter alguém
bem perto do peito, mesmo a jeito
de ser envolvido no conforto dos braços!

É por não te ter que agora sei que te quero, e quando achava que não te queria era porque eu não sabia que afinal te tinha. É por não te ter que as músicas se vestem de ti e tocam bem dentro de mim, atirando as nossas lembranças ao ar, fazendo-me assim respirá-las de novo para me sentir perto de ti, agora que não estás aqui. É por não te ter que as minhas mãos agora transpiram, chorando assim a falta que a tua pele me faz. É por não te ter que agora copio para o papel as dores que tenho escritas nas feridas do peito.

Foi por te ter que aprendi a sofrer desta maneira, que me arranca a vida a pouco e pouco. Foi por te ter que me encontrei na pele de um louco. Foi por te ter que dei tudo por certo, quando na verdade já nem te tenho por perto. Foi por te ter que por momentos consegui ver que havia vida lá fora, que o sol brilhava e que o dia existia... É por não te ter que a minha vida morre cá dentro, o sol não mora mais aqui e os dias não passam por mim.

É por não te ter que hoje te digo que sinto a tua falta..

Eu não sei se a vida é demasiado perfeita para mim, 

ou se eu sou demasiado imperfeito para a vida...