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O teu som

autoria de Bruno C. da Cruz, em 31.03.05

 

Desde que a tua partida fez eco no tempo
eu invento maneiras de abafar o teu som.

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publicado às 19:25

Crónica de um louco sentimental - Uma carta para ti...

autoria de Bruno C. da Cruz, em 29.03.05

 

Às vezes as palavras não consomem o tanto que sinto, de modo a poderem dizer, na verdade, o que realmente quero. Por isso hoje não te direi nada. Vou ficar calado à espera que me fales tu. Talvez tu, hoje, tenhas as palavras certas e saibas o que me dizer. Talvez tu saibas em que lugar se escondeu a nossa proximidade, que agora deu lugar a esta distância abismal, fazendo-me sentir como um estranho para ti. As minhas palavras hoje não sentem mais nada... apenas a tristeza do nosso voltar de costas...

Já não sonhamos com as mesmas viagens, já não ouvimos a mesma música, já não estamos cá um para o outro... Já não falamos, já não rimos, já não sorrimos! Já não me desejas Boa noite, já não acordo à espera do teu Bom dia. Já não espero que o telemovel toque... E pensar que um dia já estivemos tão perto!

Quando foi mesmo que o encanto se partiu? Não encontro no chão os seus cacos... Era bem capaz de os juntar todos e tentar reconstruir tudo de novo! Mas não! NÃO! Não seria a mesma coisa... As marcas de uma queda estariam sempre presentes. Tudo seria mais frágil. De certeza que na próxima queda já não restaria nada para colar. Mas esquece... não encontro os cacos nem mesmo sei o que se partiu... Quando foi mesmo que partiste? Foi ontem e já me esqueci...

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publicado às 19:50

Descrição de uma cena de caça

autoria de Bruno C. da Cruz, em 27.03.05

 

Por vezes ela olhava-me bem nos olhos, como querendo ler-me a alma. Olhos semi-cerrados em confronto com o meu olhar que ora se rendia, ora fugia. A sensação de invasão incomodava-me e eu virava costas, interrompendo aquela cena de caça no meu campo de visão.

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publicado às 21:19

Crónica de um louco sentimental - Dentro de mim

autoria de Bruno C. da Cruz, em 25.03.05

 

 

Eu hoje quase que podia deixar que a música falasse por mim, tomasse conta de mim e ficasse dentro de mim. Mas o espaço que tu ainda ocupas não o permite. Não há espaço para mais nada aqui dentro de mim.

Tu ocupas-me os frascos da memória. Estás sempre pronta a encher mais um quando algum se esvazia, quando algum perde o prazo de validade, ou quando na fúria das lembranças os parto a todos.

Ocupas-me os sonhos. Entraste nesse mundo onde agora só tu reinas. Teces-me os sonhos ao belo prazer das tuas vontades e prendes-me à tela que os passa numa versão a preto a branco.

Navegas-me no sangue. Vais num barco de papel tingido pela minha dor e infectas-me todas as veias com o néctar da tua presença.

Moras-me nas mãos que agora não te alcançam e que se fecham sempre com a memória dos teus dedos entrelaçados nos meus.

Vives no meu coração. Sempre viveste, desde o dia que te convidei para ficares dentro de mim. Dormes em todos os quartos, bombeando lágrimas em vez de sangue.

Vai-te embora daqui, de dentro de mim...

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publicado às 17:07

Humanidade

autoria de Bruno C. da Cruz, em 24.03.05

 

Perdido no espaço,
com pássaros e nuvens,
é melhor do que perdido
entre pedras e Homens,
que matam aqueles pássaros,
fogem dessas nuvens,
pisam estas pedras
e maltratam outros Homens.

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publicado às 00:17

Arrancar os olhos

autoria de Bruno C. da Cruz, em 23.03.05

 

Vais-me fazer arrancar os olhos
de tanto que neles pesa o vazio da tua imagem!

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publicado às 17:14

Não me apetece escrever

autoria de Bruno C. da Cruz, em 18.03.05

Hoje não me apetece

escrever para Humanos...
Eles são doidos,
não entendem o que lêem.
Eu sou doido,
não lhes explico o que escrevo.

 

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publicado às 20:26

Crónica de um louco sentimental - Ouve-me

autoria de Bruno C. da Cruz, em 16.03.05

Ouve-me agora que não digo nada que soe a alguma coisa. Ouve-me agora que me sinto mais mudo do que nunca e que parto o silêncio com choros perdidos numa insónia assídua.

Ouve-me agora que é tarde... quando a vontade de ser ouvido batia horas certas, estavas ensurdecida pelo barulho egoísta do teu ego, o Senhor de todos os teu males.

Ouve-me a respiração que enfraquece ao compasso desta dor absurda que se apoderou de tudo que me pertencia. Ouve o que diz o meu olhar preso ao escuro da solidão que me corta a alma em tiras de papel comido pelo ódio que me navega no sangue.

Ouve-me o coração que se tornou masoquista e me pede a toda a hora que lhe dê motivos para sangrar e rebentar as artérias. Ouve o que te conta o meu choro... traduz o que ele te grita porque deixei de perceber o seu idioma salgado que me inunda a cara imunda de pranto.

Ouve os meus passos. Sabes para onde vão? Seguem em círculos porque a vontade de ficar parado não manda em mim e o medo de me perder estragou a fechadura e entrou sem eu notar.

Ouve-me agora que só cuspo palavras que não falam. Ouve-me agora que perdi a vontade de te dizer algo mais do que um simples Amo-te!

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publicado às 17:05

Sim, foste embora

autoria de Bruno C. da Cruz, em 11.03.05

Sim, chovia e estava frio.

Mesmo assim foste embora,
deixando que a chuva e o frio
tomassem conta de mim.
Sim, era noite e não havia lua.
Mesmo assim foste embora,
deixando que a noite sem lua
fosse uma recordação escura
da tua partida.
Sim, era tarde e todos dormiam.
Mesmo assim foste embora,
acordando em mim a dor
de te perder.

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publicado às 18:53

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