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Poesia

autoria de Bruno C. da Cruz, em 27.02.05

De beber tantas palavras

transpiro poesia...
...De tanto sentir poesia
choro palavras.

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publicado às 17:00

Crónica de um louco sentimental - Nada é para sempre

autoria de Bruno C. da Cruz, em 24.02.05

Quando eu pensava que te tinha esquecido, a força da tua natureza criou um terramoto dentro de mim, destruindo a base sólida da minha segurança fazendo-me querer-te sempre mais... fazendo-me querer nada mais, ninguém mais do que tu. Limpo os destroços de uma vida, vida essa que um dia te acompanhou sem olhar para trás, sem medos, sem insegurança, com esperança de que tudo fosse para sempre. Mas nada é para sempre!

 

A tua chegada nunca foi para sempre. Partias momentos depois, devolvendo-me ao escuro do querer ter e não poder... devolvendo-me ao meu jogo solitário de esperas infindáveis por uma nova chegada tua. O teu beijo nunca foi para sempre, dissipou-se sempre na altura em que eu suplicava por mais e acabava por ter de me contentar com o menos de um mais que nunca acontecia. O sabor da tua boca já nem o sinto. Já não sei a que sabes. O teu sabor também não foi para sempre, perdeu-se nas discussões em que dissemos sempre tudo aquilo que nenhum de nós queria ouvir e dizer.

 

O teu abraço nunca foi para sempre. A minha vontade de viver colado aos teus braços nunca foi suficiente para abrigares as minhas inseguranças, os meus medos de criança, os meus choros convulsos, as minhas mágoas caladas, os meus traumas confusos. O teu abraço perdeu sempre um braço na hora de ser consumado. O teu prazer, esse também nunca foi para sempre. Acabou por se fundir numa necessidade obrigatória de matar a fome de carne, em vez de continuar a viver de vontades espontâneas de consumar algo mais que uma simples noite de sexo.

 

A minha dor não será para sempre. Também ela me abandonará juntamente com as tuas lembranças, deixando-me em paz comigo próprio, vazio de ti... pronto para me voltar a encher com o tanto que alguém me vai dar. Talvez aí, nesse processo em que volto a preencher-me de pedaços de alguém, volte a iludir-me ao ponto de re-acreditar que tudo é para sempre, até que esse sempre chegue ao seu limite e termine com direito a ficha técnica, notas de rodapé e música a condizer.

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publicado às 18:30

Solidão

autoria de Bruno C. da Cruz, em 22.02.05

A solidão é um vício que apanhamos quando nos isolamos... 

A solidão é um vício que perdemos quando nos damos.

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publicado às 17:10

Tu

autoria de Bruno C. da Cruz, em 20.02.05

 

És a fase da lua que falta

no calendário todos os meses
para o ano estar em alta.
És um poema esquecido
na mesa de um velho amargurado
à espera de ser lido.
És som que não saiu
de nenhum instrumento.
És barulho que ninguém ouviu.
És uma estrela que tropeçou
e caiu do firmamento.
És o meu dia de sol
mesmo quando sopra vento
e a chuva cai no meu cais.
És um pouco disto, mesmo que isto
pareça simples de mais para ti...

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publicado às 23:50

Alma de sexta

autoria de Bruno C. da Cruz, em 15.02.05

Sexta-feira à tarde fomos arrancar
lamentos um do outro e chorar
calados, cada um as suas mágoas,
como em tantas outras sextas-feiras
de sol quente e ar fechado aos tolos.

Como em tantas outras sextas-feiras à tarde,
ela estava de alma pintada daquele negro que arde
e de cara amarrada às mãos de apoio.

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publicado às 00:01

Crónica de um louco sentimental - Crise existencial

autoria de Bruno C. da Cruz, em 13.02.05

 

Se não vens não preciso sorrir, nem abrir os olhos e ver que não estás. Não preciso estender os braços e abraçar o vazio, nem abrir as mãos para não sentir a tua pele. Não preciso respirar porque sem o teu cheiro o meu ar fica pobre. Não preciso sequer acordar porque sem ti não consigo adormecer. Se não estás eu não estou também, nem mesmo me encontro se não te consigo encontrar. Não preciso falar porque não tenho quem eu quero para me ouvir. Não preciso sorrir porque me faltas tu para me alegrar. Se não voltas não preciso voltar a andar porque não tenho para onde ir. Não preciso fazer planos se não tenho um caminho para percorrer. Não preciso existir se não dás sentido à minha existência. Não preciso ser feliz porque faltas tu para me completar... Não preciso sequer viver se não estás aqui para me amar.

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publicado às 00:29

Anoitecer

autoria de Bruno C. da Cruz, em 11.02.05

 

A cada dia que passa eu
avanço lentamente de encontro
à noite e pergunto por ti...
Sem resposta eu retorno ao meu
canto e adormeço sem ti.

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publicado às 00:01

A tua sombra

autoria de Bruno C. da Cruz, em 09.02.05

No dia em que me deixares,

vou fugir atrás de ti,
roubar a tua sombra
e ficar no lugar dela.
Assim vou seguir todos
os teus passos e impedir
que sigas a tua vida sem mim.

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Crónica de um louco sentimental - Diz-me agora o que vês!

autoria de Bruno C. da Cruz, em 05.02.05

Olha bem para mim e diz-me o que vês. Não tenhas medo de dizer que acabaste comigo de vez.

Vês alguém que já não sabe o que diz, o que pensa, o que sente, o que escreve e para o que serve.
Vês-me a mim assim acabado, como um livro depois de lido, rasgado e calcado no chão. Diz se me reconheces ao longe e ao perto, estou certo que não.
Olha-me bem para que não restem duvidas de que és cruel... a tua crueldade sinto-a na pele.
Corta-me aos bocados e atira-me para longe da tua vida. Talvez essa seja a saída para eu desaparecer de vez... Diz-me agora o que vês!
Vês-me a mim desfeito em pedaços que se colam no som dos teus passos... come-os um a um, talvez eu morra dentro de ti.
Vês-me aqui vulnerável, feito prato principal. Ataca-me de faca e garfo, satisfaz esse teu apetite carnal.
Engole-me e assim desapareço de vez... Diz-me agora o que vês!

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publicado às 00:03

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