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Foi neste banco, numa tarde de Verão, que as nossas vidas se sentaram lado a lado e trocaram as mais belas mentiras que ainda hoje me perseguem...
É sempre a este banco, a essa mesma tarde de Verão, que a minha vida vai parar e se senta à tua espera...
A tua ausência é um grão
de areia que vive nos meus olhos
e me faz chorar o sal
das ondas que o embalam.
Deitado na cama,
cabeça na almofada,
cabeça em ti.
Coberto de silêncio,
lágrimas nos olhos,
olhos em ti.
Mãos vazias,
corpo despido,
sede dos teus beijo,
sede de ti.
Coração desritmado,
voam pensamentos,
pensamento em ti.
Segui as pegadas
e encontrei uma feira.
Chamavam-lhe Terra.
Eu chamei-lhe Desgraça.
Os habitantes eram conhecidos por
terrestres mas eu
chamei-lhes desgraçados.
Retomei as pegadas
e apaguei-as do meu caminho.
No mundo da Lua está-se melhor!
Não passo dos olhos que te vêem,
da cabeça que te pensa,
de uma boca que te fala,
dos pés que te perseguem,
de um nariz que te cheira
de um coração que não te ama…
Não passo das mãos que te agarram,
da boca que te rouba os beijos,
do corpo que te deseja e te possui à força.
Não passo daquele que se vem,
e que se vai de seguida.
Um dia acordei e quis ser poeta.
Desejei falar a língua de quem sente
as palavras e escreve sentimentos.
Quis ser tão grande como os grandes
e traduzir a minha alma que grita
numa língua que me seca os pensamentos.
Quis ver nascer entre os meus dedos
o alicerce de um poema e ver crescer
a minha dependência com as palavras.
Esperei ser digno de ver aquilo que os olhos
renegam, desde que se abriram, com inocência
e ignoram, sempre que piscam, com ignorância.
Um dia acordei e desejei não ser mais poeta.
Desejei não viver desta forma tão sôfrega
que me isola o coração e me rasga o peito
em pedaços que cultivo no papel.
Quis deixar de sentir as palavras
comerem tudo o que sinto e não mais deixar
que elas bebam toda a sensibilidade
que me corre no sangue.
Quis deixar de saber a cor de cada sentimento
e o paladar de cada amargura
que fica marcada como cicatriz que nunca sara.
Um dia acordei e percebi que ninguém
é ou deixa de ser poeta somente porque deseja.
A poesia é como um vírus que já nasce com o poeta.
E quando menos se dá por isso o vírus desperta
e faz o poeta amar incondicionalmente tudo o que dói.
Faz o poeta viver intensamente tudo o que sente.
Faz o poeta dar voz à alma e ao coração
e condenar ao silêncio o sensor da razão.
Faz o poeta beber silêncio para não verter lágrimas
E faz o poeta chorar palavras.
Quero que te afogues nas desculpas
e que tropeces nos arrependimentos,
até que percebas que é muito tarde.
O meu amor por ti evaporou-se
e agora habita em mim
uma paixão de novos tempos.
Longe vão os meses em que trocava
o sono pela alegria das tuas memórias
implantadas no meu pensamento.
Os dias em que eu suplicava pelo teu amor,
e que em troca comia a tua ausência,
ficaram escritos noutro livro.
Muda de história, que a nossa está gasta.
Amar-te é sofrimento.
É querer e não poder
deixar de chorar de descontentamento.
É ter sede de te ver sorrir.
É ter sede!
É ter fome e desejo.
É não te poder pedir um beijo.
Querer ter-te nos braços
e seguir-te a largos passos.
É morrer.
É querer morrer.
Simplesmente... Amar-te!
As árvores ardem quando o teu corpo me rouba o calor e o espalha pelas brisas nocturnas...
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