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Tenho o destino
escrito nas mãos…
Um dia vou riscá-lo
e escrever por cima
uma nova história
na qual entres tu.
Vou pegar numa faca
e cortar todas as linhas,
oferecendo-te depois
o meu novelo de má sorte.
Ou, talvez, deva cortar as mãos
e viver sem destino,
vagueando pela vida
ao sabor do meu querer…
Vieste envergando uma estranha capa negra e espalhaste o sofrimento pelas ruas do meu corpo, dando assim asas ao teu nome. Saudade... sentimento típico do português que sente a falta de algo, de alguém. Saudade... triste forma de recordar o passado e forma, não mais alegre, de olhar de soslaio para um presente esburacado. Um presente que se perdeu nas memórias requentadas pela fúria incandescente de uma tristeza calada.
Saudade… Vieste sem ninguém te chamar e permaneces sem eu querer. Ao largo formaste tempestades e dentro de mim cultivaste um vazio que me rói as alegrias e cospe para longe os momentos de paz. Saudade que dói. Saudade que mata. Saudade de ti, que partiste. Saudade estúpida capaz de me fazer chorar e de me levar a amar-te ainda mais.
Estás longe e só tornas a mim através de um arquivo aberto e cheio de recordações. Não te quero recordar mais. Queria era devolver-te a vida para que pudesses construir melhor os pilares das tuas marcas agora exercidas sobre mim.
Mas a saudade não me permite ressuscitar-te.A saudade não permite mais nada a não ser lembrar-te. Saudade… Não pede licença… Entra com toda a força e arrasa com tudo. Saudade… Mete-se com toda a gente e desta vez meteu-se comigo.
P.S.: Este não sou eu. Esta dor não é minha. Não hoje. Não agora. Noutros tempos, talvez! Mas agora pouco importa... A saudade está morta!
Não deixes cair essas gotas de gelo partido no chão.
Não percas os grãos de sal que te habitam os olhos.
Não permitas que a tua pele se molhe com tal dor em estado liquido.
Não consintas que os teus olhos se afoguem na culpa que te molha.
Não chores!
Sempre que a saudade aparece, unimos pensamentos... Pontes que atravesso até chegar a ti!
Como sempre olhei para trás. Mas dessa vez algo mudara. Tu não estavas lá como sempre estiveras. Nos meus olhos pesou, então, a imagem da tua ausência e lá continuei a minha caminhada.
Já lá vai algum tempo mas, ainda hoje, vou olhando, de vez em quando, para trás. Ainda hoje a imagem da tua ausência pesa nos meus olhos como sacos de água rotos. Mas lá vou caminhando a passos curtos e cuidadosos para não tropeçar sempre que olho para trás.
Um dia sei que vou deixar de sentir a tua falta. Vou ganhar um novo peso nos olhos que me permita olhar em frente. Vou ganhar um novo fôlego que me ajude a transformar os passos curtos em passos longos, sem medo de tropeçar se olhar para trás e não te vir!
A inspiração nasce do momento em que te penso e bebo as tuas memórias, de um copo fino, com pé, cheio. Bebo-te até ao fim sem medo da embriaguez. Bebo-te à exaustão sem tremuras na mão. E quando a tua garrafa acaba a inspiração pára até que uma nova garrafa tua se abra. E então eu penso-te, eu bebo-te, eu quero-te, e eu amo-te.
De coração murcho e alma anestesiada tropeço nesta vida magra, cinzenta, perdida, mergulhada no nada e nesta tristeza que me afoga em lágrimas e me eleva ao expoente da solidão. Vida sem sentido nem ideais. Vida amarga, com estradas cortadas, labirintos fechados e grades que me aprisionam à tua inevitável ausência.
Tu, Joana, que foste o meu primeiro e grande amor, levaste contigo a fórmula secreta cuja reacção transformava o meu mundo num local agradável de se viver. Levaste a chave que abria o meu coração, partiste a alavanca que accionava o meu sorriso, bebeste a fonte toda da minha alegria, enterraste a minha vida e foste embora abanando a cabeça e agitando os teus cabelos ondulados que soltaram pela última vez o brilho que outrora foi meu.
Chegaste e instalaste-te no meu coração sem pedir licença. Fizeste-me acreditar que o amor afinal era real e não existia só nos livros, nos filmes e nas telenovelas. Ensinaste-me a entender o que cada olhar pode dizer quando reinamos num mundo de silêncio. Aprendi a decifrar a linguagem das mãos, do teu corpo, do teu cabelo. Fizeste de mim um alquimista nesta magia à qual chamam amor. Levei-te a ver o mar, ofereci-te todos os dias um céu. Apresentei-te a lua.
Depositei em ti todos os meus sonhos, esperanças, projectos, receios, e não mais os devolveste… Levaste-os contigo, como sendo teus de direito, e deixaste-me aqui, vazio, apenas com este coração murcho, que agora só serve para os batimentos cardíacos que ainda me mantêm vivo... porque afinal ninguém morre de amor… Porque afinal, o amor nem deve existir e tu enganaste-me como se engana uma criancinha, mas em vez de me dares doces o doce eras tu.
Tu, Joana, por quem eu era capaz de dar a vida só para te ver sorrir, acabaste com tudo o que um mortal precisa para ser feliz. Dei a minha vida para ver o teu sorriso e tu levaste-a contigo. Não mais acredito nesta porra a que chamam amor, não mais acredito em meninas com sorrisos bonitos nem com cabelos ondulados que soltam brilho. Não voltarei a ver o mar e recuso-me a dizer adeus à lua. Não vou mais contar estrelas nem perseguir pássaros. Desisto de colher flores naquele sítio que era só nosso e que agora passou a ser só meu… Mas agora eu já não sei ser só eu. Sabes Joana, eu amava-te mesmo. Nunca te menti quando dizia que queria casar contigo e viver numa casinha colorida rodeada de jardins de todas as cores e tamanhos. Porque foste embora? Serias alérgica ás flores?!... Desisto também de arranjar respostas para justificar a tua partida. Foste embora e a realidade é esta. Não voltes mais… Sei que não é preciso pedir para não voltares mas ao menos conforta-me saber que eu não quero que voltes.
O meu mal Joana, foi ter aberto a minha vida como uma janela e ter deixado entrar as moscas.
Anda meio mundo à procura da outra metade e ninguém se encontra!
A noite sempre cheirou a sombras e veste-se únicamente de escuridão. Um dia, convidou todas as luas e estrelas para dormirem cosidas na sua mão e, a partir daí, nunca mais se largaram.
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