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Eu não quero ouvir o que tens para me dizer. Não quero saber onde estiveste, se tiveste saudades, se choraste por mim, se me quiseste. Eu não quero nem saber. As explicações perderam o prazo de validade e morreram na tua boca, cemitério de palavras…
Tu, que comeste a minha alma e despertaste em mim este meu lado doente, devias saber que é tarde para me pintares respostas em cima dos porquês que arranhei na minha pele, enquanto tu acreditavas poder viver sem mim num mundo onde não existe mais ninguém para além de nós dois e os Eus que habitam as nossas loucuras escuras.
Eu não consigo ver onde começam as tuas mentiras e terminam as minhas verdades. Fiquei sem poder para avaliar o estado temporal e consciente do nosso lado irregular, que vai e vem sem avisar ou dar sinal de alerta.
Ando aqui a terminar os buracos que cavei para tu caíres no momento crucial da tua volta, mas a meio parei para descansar do tormento que é ter-te na cabeça a servir de consciência pesada, que me grita em vozes demoníacas mostrando a tua vontade de acabar com o templo que um dia profanaste: Eu!
Eu não quero saber. Não importa se o amanhã vai chegar a tempo de me curar as mazelas que deixaste impregnadas no habitat natural do meu ser, o corpo morto que hoje rasteja com asas de borboleta em tempo de casulo. Hoje eu não quero cura para o meu mal de duas letras: Tu!
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